O banqueiro Daniel Vorcaro — dono do Banco Master — foi detido pela Polícia Federal (PF) no dia 17 de novembro de 2025, enquanto tentava deixar o país. A prisão marca o desfecho de uma investigação sobre possíveis fraudes bilionárias, envolvendo o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB). O caso lança luz sobre os riscos de instituições financeiras de alto risco e estratégias agressivas de captação. A seguir, os principais pontos sobre quem é Daniel Vorcaro, como operava e o porquê da sua prisão.
Quem é Daniel Vorcaro
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Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 6 de outubro de 1983. Wikipédia+1
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Formado em administração com MBA pelo IBMEC.
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Filho de família com atuação no setor imobiliário; seu pai, Henrique Vorcaro, liderava empresas no ramo.
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Atuou em empreendimentos imobiliários, educação e investimentos antes de ingressar no setor bancário.
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Em 2018–2019, adquiriu participação no que era então o Banco Máxima, passou a controlá-lo e, em 2021, rebatizou-o como Banco Master.
A ascensão e a estratégia do Banco Master
Sob a liderança de Daniel Vorcaro, o Banco Master adotou uma estratégia agressiva de captação e investimento:
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Emitia certificados de depósito bancário (CDBs) com taxas muito superiores à média do mercado, atraindo recursos de forma rápida.
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Aplicava os recursos em empresas em recuperação ou de risco elevado (saúde, varejo, infraestrutura) — mobilizando capital de alto rendimento, porém com elevado risco de inadimplência.
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A utilização de “aquisições” de carteiras de crédito e operações entre bancos foi questionada pelas autoridades como parte de irregularidades.
Prisão e investigação – o porquê da ação contra Daniel Vorcaro
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A PF deflagrou a chamada Operação Compliance Zero para investigar o Banco Master, com indícios de emissão de títulos ou créditos fictícios e negociações entre o banco privado e o Banco de Brasília (BRB).
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Daniel Vorcaro foi preso no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, tentando embarcar para o exterior em seu jatinho particular, na noite de 17 de novembro de 2025.
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A investigação aponta fraude de aproximadamente R$ 12 bilhões em títulos de crédito falsos ou sem lastro, envolvendo o Banco Master.
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A Justiça Federal manteve a prisão preventiva de Vorcaro, considerando necessária para preservar a ordem pública e desarticular a organização criminosa investigada.
Impactos para o sistema financeiro e para os envolvidos
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A liquidação extrajudicial do Banco Master foi decretada pelo Banco Central do Brasil (BCB) pouco depois da prisão, o que significa que a instituição parou de operar como banco convencional.
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O caso gerou alerta sobre o risco sistêmico: os fundos de pensão estaduais e municipais estavam expostos à instituição, com diversas aplicações em títulos emitidos pelo Banco Master.
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A confiança no sistema financeiro pode ser afetada — especialmente na camada de bancos médios ou menores que captam oferecendo taxas de rendimento elevadas e menos transparentes.
O que vem a seguir (e o que verificar)
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A investigação continuará para apurar todos os participantes: executivos do Banco Master, gestores do BRB, empresas que atuaram como “intermédios” na emissão de créditos ou na compra de carteiras.
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Será necessário verificar se houve ressarcimento ou garantia para os clientes, investidores ou fundos de pensão que aplicaram no Banco Master.
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A cobertura regulatória e a supervisão bancária devem ser fortalecidas para evitar que estratégias de “alto rendimento” e baixo lastro se repitam.
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Para o próprio Daniel Vorcaro, há risco de condenação por crimes como gestão fraudulenta, organização criminosa e gestão temerária — com penas que podem variar conforme o grau de envolvimento e prejuízo ocasionado.
Por que o caso é relevante
Este episódio mostra que o controle e regulação bancária não são apenas questões técnicas, mas têm impacto direto para os poupadores, para os fundos de previdência e para a estabilidade financeira do país. Que o banqueiro Daniel Vorcaro — dono do Banco Master — foi preso, é sinal de que mesmo atores de grande porte podem estar submetidos à lei. Para quem investe ou confia recursos no sistema bancário, o alerta está dado: “alto rendimento” pode implicar “alto risco”.


