Emicida deixa Luciano Huck ‘sem palavras’ :”Tenho minhas dúvidas quando escuto Luciano fala

Rapper constestou fala de apresentador

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Emicida
Emicida deixa Luciano Huck ‘ sem palavras’ durante debate

O rappper Emicida criticou Luciano Huck, durante o programa ‘Papo de Segunda’ na GNT, quando o apresentador convidado, falou sobre redistribuição de renda.

“Desconheço qualquer sistema que tenha tirado mais gente da pobreza que o capitalismo”, disse o apresentador do Caldeirão.

“Não tô falando de tirar do rico e dar pro pobre, essa discussão é muito limitada. Você tem que construir uma sociedade onde a educação, antes de tudo, seja igualitária”, disse Luciano.

O rapper rebateu a tese de redistribuição de 1% da riqueza para os pobres e disparou contra o apresentador, que é um possível candidato a presidência da república em 2022.

Tenho minhas dúvidas quando escuto Luciano falar desse convite ao 1% e da predisposição desse 1% participar da redistribuição de riqueza porque não faltaram conjunturas melhores para que esse 1% participasse da discussão e tomasse as rédeas”.

Além disso o cantor  reavaliou a palavra elite: “Inclusive não uso a palavra ‘elite’ porque significa o que uma categoria tem de melhor. Se referir a pessoas que têm dinheiro somente como a elite da categoria humana parece que a pirâmide da humanidade é definida pelo acúmulo”.

Em seguida, ele explica a diferença entre os nomes: “Então, eu acho que a palavra correta pra isso é burguesia. Porque a diferença dessas pessoas pra outras é o dinheiro”.

Luciano Huck, novo Fausto Silva dos domingos, entenda.

Barreiras sociais

Para Emicida, seu sucesso e bens conquistados não é uma atribuição do sistema capitalista, pois foi uma conquista dele.

“‘Ah, mas você é um cara bem sucedido, nasceu num barraco de madeira e hoje tá confortável’. A imagem que me vem na cabeça é: você no penhasco contemplando uma imagem e alguém te empurra. Você se quebra todo, se agarra num cipó, se salva depois de tempos e com uma perna quebrada, perdeu a memória, uma série de desgraças, mas você consegue botar a mão no penhasco de novo. Aí a pessoa que tem empurrou diz: tá vendo, fiz isso para mostrar seu potencial”, disse.

O rapper se coloca como uma exceção entre mais da metade da população brasileira, que é negra e não tem as mesmas chances que ele.

“Essa gratidão que as pessoas tentam impor para pessoas como eu, não houve um cadastro que eu assinasse e dissesse que escolhi esse sistema econômico e queria participar. Nasci dentro dele e tive que me debruçar. E infelizmente, para cada Emicida que chegou até aqui, quantos vão para a vala? Sacou, mano?”, disse.